O Rio de Janeiro foi a cidade escolhida como sede para a construção da unidade fabril da Bionovis, após disputa com São Paulo e Santa Catarina.
A fábrica será construída em um terreno sedido pela Fiocruz, onde funciona o campus Mata Atlântica, uma área que ocupa mais de 500 hectares, aos pés do Parque Estadual da Pedra Branca.
Esta planta será responsável pela produção de biofármacos para tratamento do câncer, esclerose múltipla e artrite reumatóide. A Bionovis será a primeira do Brasil especializada nestes tipos de medicamentos, já que hoje o país depende totalmente de importações.
Bionovis
A Bionovis foi criada em 2012 pelas empresas farmacêuticas EMS, Aché, Hypermarcas e União Química no qual cada uma téra 25% das ações. As empresas investirão R$ 500 milhões nos próximos cinco anos e receberão incentivos fiscais do governo do Rio de Janeiro para sua instalação. Estima-se que o início das operações seja daqui há um ano.
Esta semana, o governador Luiz Fernando Pezão assinou o decreto estadual garantindo apoio formal à implantação da fábrica.
A Bionovis também fechou um acordo com a alemã Merck para o desenvolvimento, a fabricação local e comercialização de um portfólio de medicamentos biológicos no Brasil.
Estima-se que o início das operações seja daqui há um ano.
Produção de biofármacos
Os medicamentos biológicos são produzidos a partir células vivas geneticamente modificadas e servem para diversos categorias de produtos, desde terapia celular contra o câncer até vacinas. Estes fármacos são desenvolvidos para inativar mecanismos específicos de certas doenças, por isso são muito mais precisos e seletivos do que a maioria dos medicamentos convencionais.
A indústria de biofármacos movimenta US$ 160 bilhões de dólares, sendo US$ 6 bilhões apenas no Brasil.
Relação de medicamentos
A relação de produtos a serem produzidos incluem:
- Oncológicos: Etanercepte, Cetuximabe, Trastuzumabe e Bevacizumabe
- Artrite reumatóide: Infliximabe e a Rituximabe, também utilizado no tratamento de linfoma
A expectativa é que esses medicamentos cheguem ao mercado em três anos, prazo no qual suas patentes serão expiradas.
Venda
Os biofármacos serão vendidos ao Ministério da Saúde para distribuição gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O governo deverá ser o principal comprador da Bionovis, o que poderá reduzir um pouco o deficit da balança comercial da saúde, que em 2012 atingiu cerca de US$ 11 bilhões. A economia esperada é de pelo menos R$ 460 milhões nos próximos cinco anos.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, participou do evento na sede da Fiocruz, na Avenida Brasil, substituindo o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ele explicou que estes produtos são de alto valor agregado e que o governo federal depende do mercado internacional.
O projeto
O projeto para construção da unidade fabril faz parte da Política Nacional para o Desenvolvimento Produtivo, que integra setores público e privado na fabricação de medicamentos. O Ministério da Saúde tem assinadas cem PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo), que servem, em geral, para estimular a independência em relação aos remédios importados. No Rio de Janeiro, já são 43 PDPs, das quais integram Fiocruz e Instituto Vital Brazil, centros que garantirão expertise para a nova farmacêutica a ser construída na Zona Oeste carioca.
Fonte: O Globo